sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dicas da Nutricionista

A etapa de nutrição nas fases pré-escolar e escolar caracteriza-se por ser um período de crescimento estável com menores necessidades para o crescimento que a etapa anterior e posterior a infância. O grau de maturidade alcançado pela maioria dos órgãos e sistemas equipara-se ao adulto, com graus de variabilidade individual e de atividade física que implicam em diferenças nas necessidades energéticas. No entanto, o hábito alimentar da criança nessa faixa etária, principalmente na idade pré-escolar (2 a 6 anos), é extremamente importante, pois reflete diretamente em seu crescimento e desenvolvimento. A criança aprimora progressivamente seu sentido de sabor e desenvolve suas preferências baseadas na textura, no aroma e na apresentação dos alimentos. A aparência contribui para a aceitação da alimentação, influenciando, inclusive, a percepção dos sabores.

A estreita dependência familiar, fundamentalmente materna, que existe até os 3 anos de idade, é rompida e as relações são ampliadas a outras ambiências de seu meio sociocultural, com forte influência do meio externo, tendo a mídia um papel de destaque. A escolarização permite que a criança adquira certo grau de autonomia em sua alimentação, sem supervisão familiar. Portanto, o papel da escola é fundamental e, para que seja cumprido adequadamente, torna-se importante a construção de programas de educação nutricional integrados ao currículo e à merenda, com a participação da família.

A importância do crescimento e do desenvolvimento bioneuropsicomotor, produzidos durante os períodos pré-escolar e escolar, passa pela construção de hábitos sadios ainda na infância, os quais configurarão os hábitos do adulto. A evidência de que boas formas física, intelectual e emocional baseiam-se em uma alimentação equilibrada, leva a valorizar essa etapa da vida como uma época especial para construir bons hábitos alimentares e de vida, dentro de um processo de aprendizagem que se dá nos ambientes familiar e escolar. Os hábitos aprendidos nessa etapa têm grande possibilidade de serem mantidos por toda a vida, tendo em vista que é durante a infância que os hábitos adquiridos têm maior repercussão no futuro. As conseqüências dos desequilíbrios alimentares durante a infância refletirão na saúde do adulto, sendo necessário, portanto, insistir na importância da educação alimentar durante toda a infância, tanto no meio familiar quanto no escolar, em constante troca de experiências.

Dicas para a recusa alimentar na infância:

- Novos alimentos devem ser oferecidos para a criança provar em torno de 8 a 10 vezes, mesmo que seja em quantidade mínima, somente assim a acriança conhece o verdadeiro sabor do alimento e estabelece seu padrão de aceitação. 

- As refeições e lanches devem ser oferecidos em horários fixos diariamente, com intervalos suficientes para que a criança sinta fome na próxima refeição. Um grande erro é oferecer ou deixar a criança se alimentar sempre que deseja, pois assim, ela não tem apetite no momento das refeições. O intervalo entre uma refeição e outra deve ser de 2 a 3 horas. Por exemplo:
Café da manhã às 8h
Lanche matinal às 10h
Almoço ao meio-dia
Lanche da tarde às 15h
Jantar às 19h

Lanche antes de dormir se tiver fome.

- Deve-se estabelecer um tempo definido e suficiente para cada refeição e, se nesse período a criança não aceitar os alimentos, a refeição deve ser encerrada, oferecendo-se algum alimento só na próxima refeição.

- O tamanho das porções nos pratos deve ser de acordo com a aceitação da criança, não é necessário encher o prato se a criança não aceita. É melhor que repita o prato do que desperdice.

- Refrigerantes, balas e doces devem ser evitados, mas não devem ser proibidos, apenas controlados.
- O ambiente no qual a criança se alimenta deve ser calmo e tranquilo.

- A criança deve ser envolvida na realização das refeições, como participar de sua compra e de sua preparação.

- Alimentos de difícil aceitação como frutas, legumes e verduras devem ser repetidos de 2 a 3 vezes na semana até que sejam aceitos naturalmente.

- Lembre-se: É importante que os pais sejam firmes nas condutas e preparados quanto à capacidade de colocar limites e modificar padrões inadequados de comportamento da criança e da própria família.

Ana Cláudia da Cunha Gonçalves (CRN2 8961)
Nutricionista
 NUTRIVIDA Assessoria Alimentar